Pelo menos 12 civis foram mortos desde o início dos confrontos entre Tailândia e Camboja, na manhã de quinta-feira (24), segundo o exército tailandês. O embate acontece na região de fronteira, marcada por disputas territoriais centenárias, e já elevou a tensão entre os dois países para níveis críticos.
Escalada dos confrontos e número de vítimas
Segundo autoridades da Tailândia, seis pessoas morreram na província de Sisaket, duas em Surin e uma em Ubon Ratchathani. Ao menos 14 pessoas ficaram feridas. O Camboja, por sua vez, ainda não divulgou dados oficiais, mas acusou a Força Aérea tailandesa de bombardear uma estrada próxima ao templo de Preah Vihear.
Os combates começaram nas imediações do templo de Ta Muen Thom, localizado na fronteira entre a província tailandesa de Surin e a cambojana Oddar Meanchey. Esse episódio se soma a uma série de tensões que se agravaram desde maio, após a morte de um soldado cambojano durante um confronto na região.
Troca de acusações e rompimento diplomático
Os governos dos dois países acusam um ao outro de iniciar os ataques. A Tailândia afirma que soldados cambojanos abriram fogo contra um posto militar, enquanto o Camboja alega que foi vítima de agressão inicial e classificou as ações da Tailândia como “imprudentes e hostis”.
Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores do Camboja exigiu o fim imediato dos ataques. “Condenamos nos termos mais fortes possíveis este ato da Tailândia”, afirmou a chancelaria. Em resposta, o governo tailandês também exigiu que o Camboja cesse os ataques e respeite sua soberania.
Fechamento das fronteiras e uso de minas terrestres
Como consequência imediata dos confrontos, o Camboja expulsou o embaixador tailandês e retirou seu corpo diplomático do país vizinho. A Tailândia, por sua vez, selou todos os pontos de travessia de sua fronteira com o Camboja. A medida foi tomada após uma mina terrestre explodir na quarta-feira, ferindo cinco soldados tailandeses — um deles teve a perna amputada.
As autoridades tailandesas acusam o exército cambojano de ter plantado minas em áreas consideradas seguras, o que foi negado pelo governo do Camboja, que atribui a presença desses artefatos a conflitos antigos da região.
Disputa de territorial histórica
A origem da disputa remonta a mais de um século, após o fim da ocupação francesa no Camboja, e envolve especialmente áreas ao redor de templos históricos como Preah Vihear e Ta Muen Thom. A instabilidade fronteiriça já provocou outros confrontos no passado e permanece sem uma resolução definitiva.
A comunidade internacional acompanha com atenção a escalada do conflito, que além de causar vítimas civis, ameaça a estabilidade na região do Sudeste Asiático.
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