O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a primeira operação de reflorestamento na Amazônia com recursos do Novo Fundo Clima, destinando R$ 100 milhões à startup Mombak, especializada em remoção de carbono. O projeto será focado na recuperação de áreas degradadas, restauração da biodiversidade e captura de carbono em larga escala.
A iniciativa representa um marco na nova fase do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, reformulado pelo governo do presidente Lula. Do valor total, R$ 80 milhões são provenientes do Fundo Clima e R$ 20 milhões da linha BNDES Finem, viabilizados por fiança bancária do Santander.
Com os recursos, a Mombak irá ampliar seus projetos no estado do Pará, atuando em áreas do chamado Arco da Restauração — região crítica de desmatamento que se estende do Maranhão ao Acre. O projeto reforça parcerias com proprietários locais, gera empregos e estimula a cadeia produtiva do reflorestamento, promovendo desenvolvimento sustentável na região.
Segundo Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, a aprovação da primeira operação do Novo Fundo Clima “é um marco da atuação do governo federal no reflorestamento da Amazônia e do BNDES como impulsionador de um novo caminho para o desenvolvimento do Brasil”.
Mombak e o potencial do Brasil na remoção de carbono
Criada em 2021 por Peter Fernandez (ex-CEO da 99) e Gabriel Silva (ex-CFO do Nubank), a Mombak já captou US$ 200 milhões para projetos de remoção de carbono e conta com clientes como Microsoft, Google e McLaren Racing. A startup já plantou milhões de árvores nativas no Pará e atraiu o interesse de instituições como o Banco Mundial.
Peter Fernandez destacou que o financiamento do BNDES mostra que o reflorestamento é um negócio com grande potencial de escala e mercado. Já o Santander, parceiro financeiro na operação, vê um “enorme potencial” nas soluções baseadas na natureza e reforça a necessidade de mecanismos inovadores de financiamento.
Arco da Restauração e Restaura Amazônia
O BNDES, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), também atua no projeto Arco da Restauração, que pretende recuperar 6 milhões de hectares de florestas até 2030, com metas ainda mais ambiciosas até 2050. O programa envolve governos, iniciativa privada, agricultura familiar e organizações da sociedade civil.
Entre as ações do Arco da Restauração está o programa Restaura Amazônia, que conta com R$ 450 milhões do Fundo Amazônia e apoio de instituições como a Petrobras. O programa já lançou duas séries de editais para projetos em estados como Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão, em alinhamento com o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg).
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