O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), conhecido como Hélio Bolsonaro, realizou na tarde desta sexta-feira (25) um protesto silencioso em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. O parlamentar montou uma barraca e permaneceu com uma fita branca na boca, em “jejum de palavras”, como forma de manifestação contra decisões recentes do ministro Alexandre de Moraes, que impôs medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Protesto silencioso e carta aberta
Em uma carta aberta, Hélio justificou o ato afirmando que “se hoje podem calar um ex-presidente, calar um parlamentar, amanhã poderão calar qualquer cidadão”. Segundo ele, trata-se de uma resposta à “suprema humilhação” que estaria sendo imposta ao ex-presidente, que teve seu passaporte retido, está proibido de usar redes sociais e obrigado a usar tornozeleira eletrônica e cumprir recolhimento noturno após decisão do STF.
O deputado evocou a Constituição e citou o ativista Martin Luther King em sua justificativa: “Injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar.”
Deputados e apoiadores se somam à mobilização
O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) visitou Hélio no local e anunciou que também se unirá ao protesto: “Hélio protesta aqui sem balbúrdia, lendo a Bíblia com a Constituição na mão. Quero declarar que eu também me instalarei”, disse. Ele destacou que o ato é pacífico e tem como objetivo “mostrar a insatisfação” com as ações contra Jair Bolsonaro. “Sem ele, a gente fica menor. Queremos ser livres para poder falar aos brasileiros”, afirmou.
A mobilização também atraiu apoiadores do ex-presidente, que realizaram um culto evangélico próximo à barraca do parlamentar. A Polícia Militar do Distrito Federal acompanha o protesto para garantir a segurança.
Bolsonaro evita visita para não “politizar” o ato
Ao ser informado sobre o protesto, Jair Bolsonaro sinalizou que gostaria de comparecer ao local, mas preferiu evitar para não “politizar o negócio”. “Tô passando por ali agora. Gostaria, mas… acho que politiza o negócio, então evito”, declarou na saída da sede do Partido Liberal nesta sexta-feira.
Desde o dia 18 de julho, Bolsonaro é alvo de medidas cautelares impostas pela Polícia Federal, incluindo busca e apreensão em sua residência. Foram apreendidos um celular, um pen drive e US$ 14 mil em espécie. Além disso, ele está impedido de manter contato com o deputado Eduardo Bolsonaro, seu filho, que vive atualmente nos Estados Unidos.
O protesto de Hélio Lopes reforça a estratégia de aliados de Bolsonaro de denunciar, no Brasil e no exterior, o que classificam como “perseguição política” ao ex-presidente. A mobilização deverá ganhar novos desdobramentos com a adesão de parlamentares da base bolsonarista e manifestações populares.
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