O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tornou-se oficialmente alvo de uma recompensa milionária oferecida pelo governo dos Estados Unidos, que estipulou o valor de US$ 25 milhões (aproximadamente R$ 140 milhões) por sua prisão. As autoridades americanas o acusam de liderar um cartel classificado como organização terrorista internacional.
O cartaz com a foto de Maduro e as acusações foi divulgado pelo Departamento de Justiça dos EUA na última segunda-feira (28), coincidindo com o primeiro aniversário da reeleição do presidente venezuelano, um pleito altamente contestado e rejeitado pela comunidade internacional por falta de transparência.

Acusações e vínculo com cartéis
Segundo os EUA, Maduro é acusado de “conspiração para o narcoterrorismo, importação de cocaína e uso de armamentos para fins criminosos”. Ele seria o chefe do chamado “Cartel de Los Soles”, grupo designado como organização terrorista pelo governo Trump em 2020.
De acordo com o Departamento do Tesouro americano, o cartel atua com o apoio de instituições estatais da Venezuela, incluindo Forças Armadas, inteligência e até o Judiciário, para facilitar o tráfico internacional de drogas, especialmente com destino aos EUA. Também há indícios de que o regime apoia grupos criminosos como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa.
Outros líderes chavistas também são procurados
Além de Nicolás Maduro, dois de seus principais aliados também são alvos de recompensas oferecidas pelos EUA:
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Diosdado Cabello Rondón, ministro do Interior e número dois do chavismo — recompensa de US$ 25 milhões
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Vladimir Padrino López, ministro da Defesa — recompensa de US$ 15 milhões
As acusações se baseiam em um decreto assinado pelo ex-presidente George W. Bush, logo após os atentados de 11 de setembro de 2001. O decreto permite sanções econômicas e ações diplomáticas contra organizações e indivíduos classificados como terroristas.
Apesar da classificação, a eficácia prática da medida é limitada. Maduro continua blindado por sua estrutura de poder interna e conta com apoio internacional de países como Rússia, China e Irã, onde pode circular sem restrições.
As acusações também refletem o não reconhecimento de Nicolás Maduro como presidente legítimo por parte dos EUA. O país considera sua reeleição em julho de 2024 um abuso de poder, marcado por repressão a opositores como Maria Corina Machado, perseguida e presa, e Edmundo González, forçado ao exílio.
Recompensa aumentada no governo Biden
A recompensa inicial de US$ 15 milhões, proposta em março de 2020 durante o governo Trump, foi elevada para US$ 25 milhões em janeiro de 2025, já sob o governo Biden. A decisão veio após Maduro tomar posse de novo mandato, sustentado por aliados em posições-chave no governo venezuelano.
Maduro está no poder desde 2013, após a morte de Hugo Chávez, e desde então seu regime tem sido acusado de repressão, corrupção e manipulação eleitoral. Desde 2009, a Constituição da Venezuela permite reeleições indefinidas, o que favorece sua permanência no poder.
Raízes ideológicas e crise diplomática
As tensões entre EUA e Venezuela têm origem na era Chávez, que rompeu com os padrões liberais adotados pelos EUA ao implementar a chamada revolução bolivariana e adotar forte retórica antineoliberal. Até então, a Venezuela era um dos principais exportadores de petróleo para os Estados Unidos.
A escalada de acusações e sanções reflete tanto o agravamento das tensões diplomáticas quanto a busca dos EUA por isolar o regime de Nicolás Maduro em fóruns internacionais. A nova recompensa marca mais um capítulo da deteriorada relação entre os dois países.
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