O dono da CNN Brasil, Rubens Menin, criticou duramente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da crise diplomática com os Estados Unidos. Em entrevista concedida neste sábado (26) ao jornal Folha de S.Paulo, Menin classificou a postura do Palácio do Planalto como “inerte” diante da tarifa de 50% imposta pela gestão de Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados ao país norte-americano.
Segundo o empresário — que também comanda o Banco Inter e a construtora MRV — a ausência de uma resposta institucional efetiva tem levado os próprios empresários brasileiros a buscarem interlocução direta com autoridades norte-americanas.
Empresariado toma a frente nas negociações com os EUA
Menin afirmou que o governo brasileiro ainda não sabe como reagir ao impacto do tarifaço e que as portas diplomáticas estariam fechadas: “O governo ainda não se convenceu do que fazer. As portas estão fechadas. As empresas é que estão capitaneando esse processo”, declarou.
Apesar de minimizar o risco imediato de sanções ao sistema financeiro, ele alertou para os impactos negativos que a crise pode gerar na confiança de investidores estrangeiros. “Precisamos mostrar equilíbrio institucional. O Brasil ainda tem segurança jurídica, mas pode perder essa vantagem se errar na condução”, disse.
Críticas ao STF e defesa de debate no Congresso
Durante a entrevista, Rubens Menin também direcionou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente no que diz respeito à regulação das big techs. Segundo ele, decisões recentes da Corte prejudicam a harmonia entre os Poderes e atrapalham a reação coordenada à crise comercial com os Estados Unidos.
Ele defendeu que o debate sobre regulação digital ocorra no Congresso Nacional, com ampla participação da sociedade civil e dos setores envolvidos.
Apoio das big techs pode ser decisivo
Menin ainda avaliou que as grandes empresas de tecnologia não têm interesse em romper com o Brasil, o que pode transformá-las em aliadas estratégicas para a superação do impasse com os Estados Unidos. “As big techs não têm nenhum interesse em romper com o Brasil, porque somos um mercado muito grande. Então, talvez elas se tornem nossas aliadas na solução desse problema”, afirmou.
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