sexta-feira, julho 25, 2025
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    UnionPay, gigante chinesa de cartões, inicia operações no Brasil

    Com mais de 9 bilhões de cartões emitidos, a chinesa UnionPay desembarca no Brasil e promete acirrar a disputa com gigantes como Visa e Mastercard no setor de pagamentos.

    A UnionPay, maior operadora de cartões da China, está se preparando para iniciar oficialmente suas operações no Brasil, marcando presença no país por meio de uma parceria com a fintech brasileira Left. Essa entrada estratégica visa competir com as bandeiras tradicionais como Visa e Mastercard, que hoje dominam o mercado brasileiro de pagamentos, e oferecer aos consumidores brasileiros uma nova alternativa de cartão de crédito e débito. A princípio, a oferta será básica e gradual, a função crédito só deve ser disponibilizada no final de 2025, mas a expectativa é de expansão contínua dos serviços conforme a integração tecnológica avança.

    Parceria com fintech brasileira e expansão gradual

    A operação da UnionPay no Brasil está sendo viabilizada pela fintech Left (Liberdade Econômica em Fintech), que será responsável pela emissão de cartões UnionPay para clientes brasileiros e pela integração da bandeira chinesa com bancos locais, maquininhas de pagamento e outros sistemas financeiros. Ou seja, os consumidores poderão solicitar cartões UnionPay emitidos no Brasil através da plataforma da Left, que atuará como parceira oficial da marca no país. Após o lançamento inicial (previsto para os próximos meses), a UnionPay planeja incorporar gradualmente mais recursos: além do crédito em 2025, está prevista também a integração com o Pix, o sistema brasileiro de transferências instantâneas, para oferecer uma experiência completa aos usuários. Esse movimento acompanha uma tendência de inovação no setor – a Left, por exemplo, adota um modelo de negócio diferenciado em que parte das taxas de transação pode ser direcionada a causas sociais escolhidas pelo cliente, agregando um impacto social positivo ao uso do cartão.

    Cartões UnionPay já são aceitos no comércio e bancos brasileiros

    Mesmo antes do início oficial das operações locais, os cartões UnionPay já contam com considerável aceitação no Brasil devido a parcerias de rede. De acordo com a UnionPay International, cerca de 70% dos estabelecimentos brasileiros já conseguem processar pagamentos com cartões da bandeira. Isso é possível porque as principais credenciadoras nacionais, como Rede (ligada ao Itaú) e Stone, já habilitaram suas maquininhas para aceitar UnionPay, algo inicialmente voltado para atender turistas chineses, mas que agora beneficia também os brasileiros que obtiverem o novo cartão. Além disso, caixas eletrônicos do Banco Itaú e da rede Saque e Pague permitem saques com UnionPay, aumentando a conveniência para os portadores. A expectativa é que, com a estruturação da operação local, outras adquirentes e bancos (como Cielo, Getnet e Rede) também ampliem ou divulguem o suporte à bandeira chinesa, garantindo ampla aceitação em todo o território nacional, desde lojas físicas até e-commerce. Para o consumidor brasileiro, isso significa mais chances de usar o cartão UnionPay no dia a dia, seja em compras no mercado interno, seja em transações internacionais ou viagens.

    Concorrência global e impacto para o consumidor

    A chegada da UnionPay ao Brasil ocorre em um contexto de crescente disputa no setor de pagamentos. Visa e Mastercard, ambas americanas, concentram a maior parte das transações por aqui, movimentando bilhões de reais em compras e pagamentos. A UnionPay – que sozinha responde por cerca de 40% das transações de cartão no mundo graças ao enorme mercado chinês – desponta como uma nova concorrente de peso, o que pode estimular a concorrência e a inovação no mercado brasileiro de meios de pagamento. Com mais competição, espera-se potencialmente taxas menores, novos benefícios e soluções mais eficientes para os usuários.

    Especialistas apontam ainda vantagens econômicas e estratégicas na entrada da bandeira chinesa. Como a UnionPay está conectada ao sistema financeiro da China, incluindo a rede de pagamentos internacionais CIPS, há possibilidade de viabilizar transações internacionais sem passar pelo dólar americano ou pelas redes tradicionais ocidentais. Isso pode reduzir custos de conversão de moeda para empresas e clientes que realizam operações fora do país, funcionando como uma alternativa em cenários de variação cambial ou mesmo de sanções econômicas. Do ponto de vista do consumidor comum, significa que um cartão UnionPay emitido no Brasil poderá ser usado diretamente em diversos países (especialmente na Ásia) com maior facilidade e, futuramente, até integrar funcionalidades do Pix para pagamentos domésticos rápidos.

    Em termos práticos, o brasileiro em breve terá mais uma opção de cartão de crédito e débito na carteira, proveniente da maior operadora de cartões do mundo. A UnionPay promete não apenas expandir a oferta de meios de pagamento, mas também trazer um modelo de atuação diferenciado – incluindo uma plataforma digital com serviços de conta integrada, suporte a pagamentos por aproximação (contactless) e o já citado componente de impacto social via Left. Para o varejo e o turismo, a novidade também é bem-vinda: estabelecimentos comerciais poderão atender melhor os visitantes estrangeiros (especialmente chineses) e os clientes locais terão acesso a promoções e benefícios exclusivos atrelados à rede UnionPay. Em suma, a entrada da UnionPay tende a diversificar o sistema financeiro brasileiro, promovendo maior inclusão e benefícios econômicos tanto para consumidores quanto para comerciantes, ao quebrar o duopólio das bandeiras americanas e incentivar um ambiente de pagamentos mais competitivo.

    Gigante chinesa desembarca no Brasil para desafiar Visa e Mastercard

    Com mais de 9 bilhões de cartões emitidos globalmente e presença em mais de 180 países, a UnionPay é considerada a maior operadora de cartões do mundo, superando inclusive Visa e Mastercard em número de transações no mercado asiático. Agora, a gigante chinesa escolhe o Brasil como novo território estratégico para sua expansão internacional.

    A chegada ao país não é apenas mais uma entrada de bandeira estrangeira: trata-se de uma movimentação geopolítica e econômica significativa. Ao oferecer uma alternativa real às tradicionais operadoras americanas, a UnionPay promete desafiar diretamente o duopólio formado por Visa e Mastercard no Brasil – que dominam o setor de pagamentos com ampla vantagem.

    Esse movimento poderá aumentar a competitividade entre as operadoras, com possíveis benefícios diretos ao consumidor brasileiro, como a redução de taxas, novas funcionalidades e maior poder de escolha. O mercado financeiro acompanha de perto esse avanço, que também pode fortalecer laços comerciais entre Brasil e China no setor de serviços bancários e digitais.

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