quinta-feira, julho 17, 2025
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    Haddad critica Bolsonaro e diz que Brasil não pode ser “sacrificado por um soldado do próprio país”

    Ministro da Fazenda afirma que julgamento de Bolsonaro influenciou tarifa de Trump e condena ações paralelas de Tarcísio e Eduardo Bolsonaro

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou duramente a postura da família Bolsonaro diante da crise comercial com os Estados Unidos, iniciada após o anúncio do presidente Donald Trump de aplicar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. De acordo com Haddad, além de motivações econômicas, a decisão americana também teria sido influenciada pelo julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

    Em entrevista ao jornal Estadão, publicada nesta quarta-feira (16), Haddad classificou a atuação do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) como irresponsável e acusou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de agir como “um serviçal de outro país”.

    “Um soldado se sacrificar por um país é coisa rotineira. Mas um soldado sacrificar o seu país por si mesmo é uma coisa que vai dar uma série de TV. Nós vamos sacrificar o Brasil por causa do Bolsonaro?”, ironizou Haddad.

    Eduardo Bolsonaro condiciona fim das tarifas à anistia

    A tensão aumentou após declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que condicionou a reversão das tarifas anunciadas por Trump à aprovação de uma anistia ampla aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 — o que incluiria seu pai, Jair Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe de Estado.

    Apesar da fala do filho, Bolsonaro negou oficialmente qualquer relação entre a anistia e a tarifa, mas afirmou manter influência sobre Trump para ajudar a resolver o impasse. O ex-presidente está impedido de deixar o país desde que teve o passaporte retido pela Polícia Federal, durante a Operação Tempus Veritatis.

    Tarcísio se reúne com diplomata dos EUA sem aval do governo

    Haddad também condenou a tentativa paralela de negociação conduzida pelo governador Tarcísio de Freitas, que se reuniu com o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, sem aprovação prévia do governo federal.

    “Quem é que vai fazer uma proposta em nome do Brasil? Qual dos 27 governadores? Não é melhor termos centralidade nas negociações?”, questionou o ministro. Ele acusou Tarcísio de tentar politizar a crise e classificou sua conduta como “abjeto”.

    Investigação americana mira comércio e o Pix

    Além das tarifas, o governo Trump também abriu uma investigação contra o Brasil, citando supostas práticas comerciais desleais. Entre os alvos está o Pix, sistema de pagamentos criado pelo Banco Central, acusado de favorecer empresas nacionais em detrimento das norte-americanas.

    Haddad aproveitou para ironizar o deputado Nikolas Ferreira, que anteriormente havia criticado o governo Lula por supostamente querer “taxar o Pix”.

    “Agora é o presidente de outro país que quer taxar o Pix. Vai realizar o sonho do Nikolas”, afirmou o ministro.

    A crise evidencia os desafios do governo brasileiro em lidar com a pressão internacional e com a politização de temas econômicos. Enquanto o Planalto tenta evitar a entrada em vigor das tarifas em 1º de agosto, setores produtivos já relatam prejuízos e suspensão de exportações.

    Assista parte da entrevista:

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