domingo, março 30, 2025
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    STF torna Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado

    Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votaram pela aceitação da denúncia.

    Jair Bolsonaro (PL) tornou-se o primeiro ex-presidente do Brasil a virar réu sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia contra ele e outros sete ex-integrantes do governo, incluindo três generais do Exército: Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).

    Acusações e argumentos da PGR

    Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro e seus aliados integravam o “núcleo crucial” de uma trama golpista contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. A denúncia aponta que a articulação envolveu ataques às urnas eletrônicas, tentativa de invalidar o pleito e pressão sobre as Forças Armadas para apoiar um golpe de Estado.

    A defesa do ex-presidente nega as acusações e argumenta que Bolsonaro não estava no Brasil durante os atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

    Julgamento no STF

    Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votaram pela aceitação da denúncia. Em seu voto, Moraes ressaltou que a PGR apresentou indícios suficientes para iniciar a ação penal e exibiu imagens dos atos golpistas de 8 de janeiro, incluindo cenas da invasão ao Congresso, STF e Palácio do Planalto.

    Flávio Dino reforçou que a denúncia contém provas de que a tentativa de golpe não foi apenas uma teoria, mas um plano em execução. Ele também rebateu a ideia de que, por não ter havido mortes no dia 8 de janeiro, a gravidade do crime seria menor.

    Já o ministro Luiz Fux destacou que a democracia brasileira foi conquistada após anos de ditadura militar e que qualquer ataque ao Estado Democrático de Direito é inaceitável.

    Possíveis condenações

    Bolsonaro e os outros sete réus responderão a cinco crimes:

    • Golpe de Estado

    • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito

    • Organização criminosa armada

    • Dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União

    • Deterioração de patrimônio tombado

    Caso condenado por todas as acusações, Bolsonaro pode pegar mais de 40 anos de prisão. No Brasil, penas superiores a 8 anos são cumpridas inicialmente em regime fechado.

    O que esperar do processo?

    A defesa de Bolsonaro aposta na tese de que ele não teve participação direta nos atos golpistas e contesta a legalidade da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.

    Nos próximos meses, o STF ouvirá testemunhas de acusação e defesa, incluindo militares de alta patente. A expectativa em Brasília é que o julgamento seja concluído ainda este ano, o que tem gerado controvérsias entre juristas.

    Enquanto isso, Bolsonaro articula no Congresso a aprovação de uma lei de anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro. No entanto, ainda não há previsão para votação da proposta.

    O caso envolvendo Jair Bolsonaro representa um dos capítulos mais marcantes da política brasileira recente. O desfecho do julgamento no STF poderá ter impactos significativos para o futuro político do ex-presidente e para a consolidação do Estado Democrático de Direito no Brasil.

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