Condenações por invasão do Capitólio nos EUA já passam de 600, os processos nos Estados Unidos contra os envolvidos na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 continuam e devem se estender por meses e talvez anos, dizem analistas.
Na quarta-feira (13), a Justiça americana condenou uma mulher a dois anos e meio de prisão por invadir o Congresso. Antes do julgamento, ela havia declarado em uma rede social que não tinha medo de ser condenada, pois acreditava que a “verdade” provaria sua suposta inocência. Também na mesma quarta-feira, outra autoridade condenou um homem a mais de seis anos de prisão. Durante a invasão, ele arremessou o mastro de uma bandeira na cabeça de um policial. Nas redes sociais, esse homem havia publicado uma mensagem antes da invasão, na qual declarava suas intenções golpistas.
investigações do FBI continuam
Esses são apenas dois exemplos em um fluxo contínuo de avanços nas investigações, que representam as mais extensas da história do FBI em relação a crimes federais e de contraterrorismo. As imagens do 6 de janeiro estão entre as mais vívidas na memória recente dos Estados Unidos. Os jornais locais continuam relatando prisões, julgamentos e condenações, servindo como um lembrete forte para aqueles que perpetuam a mentira de que as eleições de 2020 foram fraudulentas.
Segundo dados recentes do Departamento de Justiça dos EUA, aproximadamente 1.100 pessoas foram detidas e acusadas de crimes como agressões a membros das forças de segurança, invasão de instituições federais e destruição de propriedade do governo. Dentre essas pessoas, 632 admitiram sua culpa. Até o momento, cerca de 600 sentenças foram proferidas, condenando 366 indivíduos à prisão, sem contar as centenas ainda sob investigação.
Um dos líderes extremista teve a maior pena até o momento
A maior pena imposta até agora foi de 22 anos de prisão, aplicada a Enrique Tarrio, um dos líderes do grupo extremista de direita Proud Boys, envolvido na invasão do Capitólio. Tarrio é considerado um dos arquitetos da conspiração e da insurreição. O objetivo é claro: mostrar como o poder público responderá no futuro caso grupos decidam se rebelar contra uma eleição legítima. Essa mensagem é crucial no contexto atual, onde a figura de Donald Trump ainda paira sobre o próximo pleito presidencial.
Donald Trump passou semanas insistindo que as eleições de 2020 foram fraudulentas. Mais de 140 policiais foram agredidos no 6 de janeiro, e pelo menos cinco pessoas morreram durante a invasão ou em decorrência dela. Estima-se que os manifestantes causaram prejuízos equivalentes a mais de R$ 13 milhões.
Enquanto isso, historiadores trabalham para preservar a memória desse evento radical. O Museu Nacional de História Americana, um dos principais do país, está coletando artefatos relacionados aos ataques de 6 de janeiro, incluindo pôsteres, bandeiras, equipamento policial e fotografias. Essa iniciativa é semelhante àquela realizada por museus nos primeiros meses da pandemia de Covid-19, quando objetos relacionados à crise foram reunidos para contar a história daquele período.