O Ceará será palco de um modelo inédito de produção automotiva no Brasil: uma montadora de carros multimarcas em Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza. O formato inovador desperta dúvidas e curiosidade — aqui explicamos como deverá operar essa fábrica e quais marcas já estão confirmadas.
O que é uma montadora multimarcas e o modelo adotado
Uma montadora multimarcas funciona com uma infraestrutura compartilhada, onde diferentes marcas utilizam uma mesma planta industrial para produzir seus veículos. No Brasil, essa será a primeira planta desse tipo. Até hoje, cada marca operava de forma independente, com suas instalações, processos e linhas próprias.
Esse modelo colaborativo já existe em outros países. Na América do Sul, o Uruguai conta com a Nordex, que produz veículos da Kia, Peugeot, Citroën, Ford, Geely, Renault e outras sob o mesmo teto. Essa operação serviu de referência para o projeto no Ceará.
Papel da GM, da Comexport e das marcas envolvidas
Embora a Chevrolet já esteja confirmada como marca inicial, ela não será a fabricante direta dentro dessa planta. A GM terceirizará a montagem dos modelos Spark EV e Captiva EV por meio da empresa Comexport — responsável pela operação local. Os veículos serão montados a partir de kits (CKD) importados, especialmente da China, com componentes nacionais agregados.
A Chevrolet, em parceria com fabricantes chineses como SAIC e Wuling, utilizará modelos já existentes em outros mercados asiáticos. O Spark, por exemplo, será uma versão derivada do Baojun Yep Plus, adaptada às necessidades brasileiras.
Marcas confirmadas, cronograma e produção estimada
Por enquanto, a única marca oficialmente confirmada é a Chevrolet, com o Spark. Entretanto, há negociações sigilosas com outras marcas, inclusive chinesas como Omoda / Jaecoo. Os nomes ainda não foram divulgados publicamente, por acordos de confidencialidade.

A previsão é de que o início da montagem ocorra ainda em 2025, com entrega de lotes reduzidos. Em 2026, a produção deverá se ampliar, estimando-se entre 8 mil a 12 mil unidades conforme a demanda do mercado interno.
Por que o Ceará foi escolhido
O Ceará se destacou nas negociações por oferecer incentivos fiscais, agilidade burocrática e a infraestrutura já existente da antiga fábrica da Troller — desativada pela Ford. Esse ativo facilitou a adaptação da planta e reduziu custos iniciais de implantação.
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