O youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, revelou durante entrevista ao podcast PodDelas que passou a circular pela capital paulista com carro blindado e seguranças para se proteger de ameaças recebidas após publicar vídeos com denúncias.
Felca ganhou destaque ao se posicionar contra o envolvimento de influenciadores digitais com apostas esportivas, conhecidas como bets, criticando a forma como as plataformas são divulgadas nas redes sociais. Em seu vídeo mais recente, intitulado “Adultização”, ele denunciou o influenciador paraibano Hytalo Santos por suposta exploração de menores e alertou sobre os riscos que crianças e adolescentes enfrentam na internet.
“[Estou recebendo] muitas [ameaças], de assuntos delicados. Muitas, muitas. Comecei a andar com carro blindado e segurança. Muitas ameaças, sim. A questão das bets, por exemplo, vieram muitas ameaças. A questão da adultização existe uma ameaça de processo. Provavelmente existe e a gente conta com isso, que vai existir alguns processos aí. Mas é o lado da verdade. Se ninguém fala, ninguém vai falar”, disse Felca, ao ser questionado se havia sofrido retaliações.
Segundo o youtuber, a produção do vídeo levou cerca de um ano e contou com a participação de uma psicóloga especializada em crianças para explicar o conceito de adultização.
“Quando eu tive a ideia de fazer o vídeo, foi há mais de um ano. Esse vídeo demorou muito para fazer, porque a gente teve que procurar psicóloga, a gente teve uma entrevista com a psicóloga falando sobre adultização. É uma psicóloga maravilhosa de São Paulo, especializada em criança”, contou.
Felca descreveu a experiência como emocionalmente desgastante:
“Eu realmente mergulhei no lamaçal. Foi muito aversivo fazer esse vídeo. É terrível a gente olhar essas cenas. Dá vontade de chorar, de vomitar, é terrível. O que a gente está fazendo aqui é uma gota no oceano. Mas, sem essa gota, o oceano seria menor. Então, vale a pena fazer.”
O vídeo de 50 minutos reúne denúncias contra influenciadores que exploram a imagem de crianças e expõe como o algoritmo das redes sociais favorece a disseminação desse tipo de conteúdo. A publicação viralizou e reacendeu o debate público sobre a exposição infantil e seus direitos na internet, alcançando mais de 100 milhões de visualizações no Instagram.
“Você vê que o público dessa criança, por exemplo, não são pessoas engajadas no conteúdo que ela está fazendo. É um público de pedófilos. Você vê nos comentários que são pessoas mandando coraçãozinho, falando para mostrar mais. Os pais incentivam isso porque entendem que existe um mercado consumidor. Os vídeos monetizam, e os pais expõem a criança a isso”, alertou Felca.
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