Observação inédita pode ajudar a desvendar como se formam os buracos negros supermassivos
O Telescópio Espacial Hubble e o Observatório de Raios-X Chandra, ambos operados pela NASA, identificaram uma possível nova classe de buracos negros: os de massa intermediária. A descoberta, publicada no periódico Astrophysical Journal em 25 de julho, reforça a hipótese de que esses objetos celestes podem ser elos perdidos na formação dos buracos negros supermassivos.
O que são os buracos negros de massa intermediária?
De acordo com a NASA, os buracos negros de massa intermediária (IMBHs) ocupam uma faixa entre os buracos negros estelares e os supermassivos. Eles pesam entre centenas e centenas de milhares de vezes a massa do Sol. No entanto, por não engolirem matéria com tanta frequência, emitem menos radiação e costumam ser difíceis de detectar.
Esses buracos negros só se tornam visíveis quando destroem uma estrela, num evento conhecido como “ruptura de maré”, que libera uma intensa emissão de raios-X.
Descoberta do HLX-1: o buraco negro que devora estrelas
O objeto em questão, batizado de NGC 6099 HLX-1, foi flagrado nos arredores de uma galáxia elíptica gigante, a cerca de 450 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Hércules. Sua primeira detecção ocorreu em 2009, por meio do Observatório Chandra, com acompanhamento posterior pelo XMM-Newton da Agência Espacial Europeia (ESA).
Os dados revelam uma emissão de raios-X com temperatura de até 3 milhões de graus Celsius, indicando intensa atividade energética.

Aglomerado estelar pode estar alimentando o buraco negro
Imagens captadas pelo Hubble indicam que HLX-1 está envolto por um denso aglomerado de estrelas — um possível “campo de alimentação”. Essas estrelas estão tão próximas que podem estar sendo lentamente sugadas para o interior do buraco negro.
Essa observação é crucial para os cientistas, pois pode indicar como esses buracos negros crescem ao longo do tempo, transformando-se em versões supermassivas.
Variações de luminosidade sugerem alimentação ativa
Em 2012, HLX-1 atingiu seu brilho máximo. Desde então, sua luminosidade diminuiu, mas os dados obtidos até 2023 ainda geram dúvidas. Os cientistas cogitam que o buraco negro esteja devorando uma estrela, formando um disco de plasma que alterna sua luminosidade.
“O HLX-1 pode estar explodindo várias vezes, ou pode ter tido um pico e agora estar se apagando”, explicou Roberto Soria, do Instituto Nacional Italiano de Astrofísica (INAF) e coautor do estudo.
Um elo perdido na evolução dos buracos negros?
A identificação de buracos negros de massa intermediária é fundamental para compreender a evolução do universo. “Eles representam um elo crucial que falta entre os buracos negros estelares e os supermassivos”, disse Yi-Chi Chang, pesquisador da Universidade Nacional Tsing Hua, em Taiwan.
A expectativa agora é que observações futuras, com telescópios ainda mais avançados, confirmem a existência e o comportamento desses objetos raros.
Lei também:
Toyota Brasil encerra produção do Corolla e foca em nova geração com Yaris Cross e van Hiace
LG lança o UltraFine 40U990A‑W, monitor curvo 5K2K com Thunderbolt 5 no Japão
Siga nossas redes sociais Instagram, Youtube, TikTok e Facebook