Apenas após a intensa repercussão e o clamor popular nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou, conversando por telefone nesta quinta-feira (26/6) com Manoel Marins, pai de Juliana Marins, a jovem de 26 anos que tragicamente morreu após cair de uma trilha em um vulcão na Indonésia. Juliana foi encontrada sem vida na terça-feira (24), após quase 15 horas de buscas que geraram grande controvérsia.
Intervenção tardia e sem detalhes concretos
A conversa com o pai da vítima foi confirmada pelo próprio presidente em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), feita dias depois da tragédia e do início da mobilização virtual. Lula afirmou ter determinado ao Itamaraty “o acompanhamento do caso e o fornecimento de todo o apoio necessário à família da vítima”.
No entanto, a promessa de apoio, que veio após a indignação pública crescer exponencialmente, não especificou detalhes cruciais sobre como o translado do corpo de Juliana será realizado, nem se o governo federal arcará com os altos custos envolvidos. Vale ressaltar que, pela legislação brasileira, o Estado não tem obrigação legal de cobrir despesas de translado ou sepultamento de cidadãos falecidos fora do território nacional, o que intensifica a dúvida sobre a efetividade do auxílio prometido.
Família denuncia negligência enquanto cedia a pressão
A morte de Juliana Marins já havia capturado a atenção das redes sociais, provocando revolta e acusações diretas dos familiares dias antes da intervenção presidencial. Segundo relatos, a jovem teria caído durante uma trilha no vulcão Rinjani, uma das atrações turísticas mais conhecidas da Indonésia. O corpo foi localizado após demoradas 15 horas de trabalho da Agência Nacional de Busca e Resgate (Basarnas), órgão de segurança do país.
Em nota contundente publicada na quarta-feira (25) – um dia antes da ligação de Lula –, os familiares acusaram veementemente a equipe de resgate de negligência. “Juliana sofreu uma grande negligência por parte da equipe de resgate. Se a equipe tivesse chegado até ela dentro do prazo estimado de 7h, Juliana ainda estaria viva. Juliana merecia muito mais! Agora nós vamos atrás de justiça por ela, porque é o que ela merece! Não desistam de Juliana!”, publicou a família em suas redes sociais, ecoando o desespero que precedeu a ação presidencial.
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