O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou profundamente a morte do papa Francisco, aos 88 anos, nesta segunda-feira (21). Em respeito ao legado do pontífice argentino, o presidente decretou luto oficial de sete dias no Brasil. Segundo Lula, a humanidade perdeu uma voz de respeito, acolhimento e compromisso com os mais necessitados.
Decreto de luto nacional em homenagem ao papa Francisco
De acordo com o decreto presidencial, publicado nesta segunda-feira, o Brasil está oficialmente de luto por sete dias. O texto determina:
“É declarado luto oficial em todo o País, pelo período de sete dias, contado da data de publicação deste Decreto, em sinal de pesar pelo falecimento de Jorge Mario Bergoglio, Sua Santidade o Papa Francisco, a quem serão tributadas honras fúnebres de Chefe de Estado.”
Homenagem de Lula ao papa Francisco: uma voz de amor e solidariedade
Em nota oficial, Lula prestou homenagem ao líder da Igreja Católica, destacando seu legado de compaixão, tolerância e solidariedade. O presidente ressaltou o papel fundamental do papa como defensor dos mais pobres, refugiados e vítimas das injustiças globais:
“A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos.
Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados.”
Papa Francisco e sua luta por justiça social e climática
Lula também exaltou a postura corajosa do papa Francisco diante dos problemas globais. O pontífice levou ao Vaticano o debate sobre mudanças climáticas e criticou os modelos econômicos responsáveis por gerar desigualdades entre povos e nações. Segundo o presidente:
“Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito.“
Encontros marcantes entre Lula, Janja e o pontífice
Lula recordou as ocasiões em que ele e a primeira-dama Janja foram recebidos pelo papa. Em junho do ano passado, durante uma visita à Itália, o casal participou de uma reunião bilateral com Francisco, discutindo temas como a paz mundial, o combate à fome e a redução das desigualdades.
Mais recentemente, em 12 de fevereiro deste ano, Janja esteve novamente com o pontífice, representando o Brasil na 48ª Sessão do Conselho de Governança do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), em Roma. Na ocasião, Janja relatou a emoção de reencontrá-lo:
“O papa está bem, animado e sempre sorridente, enchendo nossos corações de esperança e amor”, disse.
Com a piora no estado de saúde de Francisco, Lula e Janja organizaram, no dia 26 de fevereiro, uma missa especial pela recuperação do pontífice. A celebração aconteceu na capela Nossa Senhora da Conceição, dentro do Palácio da Alvorada.
Mensagem final de Lula ao mundo católico
Encerrando sua nota, o presidente manifestou solidariedade aos fiéis e afirmou que as mensagens do papa permanecerão eternizadas:
“Que Deus conforte os que hoje, em todos os lugares do mundo, sofrem a dor dessa enorme perda. Em sua memória e em homenagem à sua obra, decreto luto de sete dias no Brasil. O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações.”
Leia a nota na integra
“A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos.
Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados.
Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito.
Nas vezes em que eu e Janja fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará.
Que Deus conforte os que hoje, em todos os lugares do mundo, sofrem a dor dessa enorme perda. Em sua memória e em homenagem à sua obra, decreto luto de sete dias no Brasil.
O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações.”
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