O senador Plínio Valério (PSDB-AM) gerou controvérsia ao afirmar que sentiu vontade de “enforcar” a ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva, durante um evento da Fecomércio-AM em Manaus, na última sexta-feira (14). A fala ocorreu enquanto ele relembrava a participação da ministra na CPI das ONGs.
“A Marina teve, na CPI das ONGs, seis horas e dez minutos. Imaginem o que é tolerar a Marina, seis horas e dez minutos, sem enforcá-la”, declarou o senador, arrancando risos da plateia.
Senador critica Marina Silva e fala sobre a BR-319
Durante o evento, Plínio Valério voltou a criticar a ministra ao abordar a BR-319, rodovia que liga o Amazonas a outros estados.
“A obra será concluída, nem que seja na porrada”, afirmou.
Além disso, o parlamentar alegou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deseja demitir Marina Silva, mas enfrenta pressões externas que impedem essa decisão.
Evento homenageia senadores e tem declarações polêmicas
O evento da Fecomércio-AM homenageou Plínio Valério por sua atuação na regulamentação da reforma tributária e também reconheceu os senadores Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD), além de outras autoridades regionais.
Em seu discurso, Plínio afirmou que não precisa participar de todas as discussões sobre a Zona Franca de Manaus, pois conta com sua assessora técnica, Ivone.
“Não entendo porra nenhuma de Zona Franca, de tributo”, declarou.
Plínio Valério se defende após repercussão negativa
Após a repercussão negativa, o senador divulgou uma nota alegando que suas declarações foram “retiradas de contexto”. Ele reforçou seu compromisso com a defesa da Zona Franca de Manaus e destacou sua atuação como relator da Lei de Informática, além de seu voto favorável à reforma tributária para preservar incentivos fiscais da região.
Especialistas alertam para cultura de violência contra mulheres
As declarações do senador ocorrem em um momento em que o Brasil enfrenta altos índices de violência contra mulheres. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o país registrou 1.437 casos de feminicídio em 2023, o que equivale a quase quatro assassinatos de mulheres por dia.
Especialistas alertam que falas como a de Plínio Valério reforçam uma cultura de violência e impunidade, dificultando o combate à violência de gênero.
CPI das ONGs não apresentou provas contra ONGs na Amazônia
O Ministério Público Federal (MPF) do Acre arquivou, em fevereiro de 2024, a denúncia apresentada no relatório final da CPI das ONGs contra seis agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por falta de provas.
Em dezembro de 2023, a comissão entregou seu relatório de conclusão, que não indiciou nenhuma ONG nem apresentou evidências concretas de atividades irregulares. O documento apenas criticou e desqualificou o trabalho das organizações na Amazônia.
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