O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, chefe da diplomacia do governo Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (13) que pretende revogar o visto de integrantes do governo brasileiro. A medida, segundo ele, está ligada ao programa Mais Médicos, criado em 2013 durante o governo Dilma Rousseff para suprir a falta de médicos em municípios do interior e nas periferias das grandes cidades.
Rubio acusou o programa de ser parte de um “esquema de exportação de trabalho forçado” do regime cubano. “O Departamento de Estado também está tomando medidas para revogar vistos e impor restrições a vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS cúmplices desse esquema. O Mais Médicos foi um golpe diplomático inconcebível de ‘missões médicas’ estrangeiras”, publicou no X (antigo Twitter).
Ligação com sanções contra Cuba
Antes de citar o Brasil, Rubio anunciou a ampliação da política de restrição de vistos dos Estados Unidos contra funcionários cubanos. Segundo ele, a medida mira também “cúmplices de terceiros países” e pessoas responsáveis pelo que chamou de “programa exploratório de exportação de mão de obra cubana”.
O tema tem relevância pessoal para Rubio, que nasceu em Miami, em 1971, filho de imigrantes cubanos que deixaram a ilha em busca do “sonho americano”.
Apoio de Eduardo Bolsonaro e críticas ao governo Lula
No mesmo dia, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) esteve em Washington para se reunir com representantes do governo Trump. Em suas redes sociais, divulgou nota apoiando as declarações de Rubio e criticando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
“O anúncio feito hoje pelo secretário de Estado Marco Rubio, de origem cubana, reforça o compromisso da administração Trump em conter regimes autoritários como Cuba e os que Lula e Moraes tentam implantar no Brasil. Nem ministros, nem burocratas, nem familiares estão imunes. Mais cedo ou mais tarde, todos responderão pelo que fizeram — e não haverá lugar para se esconder”, escreveu.
Histórico e retorno do Mais Médicos
O Mais Médicos ficou fortemente associado a Cuba, que enviou milhares de médicos para atuar no Brasil. A iniciativa enfrentou resistência de parte da classe médica brasileira, especialmente em relação à atuação em regiões remotas.
De acordo com o governo federal, o objetivo do programa é garantir atendimento básico e qualificado à população, além de humanizar o serviço por meio de vínculos entre médicos e comunidades.
O programa sofreu esvaziamento após a eleição de Jair Bolsonaro (PL) em 2018, quando o governo cubano encerrou a parceria. Em 2023, no terceiro mandato de Lula, a iniciativa voltou a receber investimentos e novas adesões.
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