terça-feira, julho 29, 2025
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    EUA e União Europeia firmam acordo comercial e reduzem tarifas para 15%

    Tarifa de 15% para produtos europeus nos EUA é menor do que ameaças anteriores de Trump; setores estratégicos terão isenções

    EUA e União Europeia chegaram neste domingo a um acordo comercial provisório que evita uma guerra de tarifas potencialmente devastadora entre duas das maiores economias globais. O anúncio foi feito após reunião entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente dos EUA, Donald Trump, na Escócia.

    Segundo o pacto, a maioria das exportações da União Europeia para os EUA será submetida a uma tarifa de 15%. Já as tarifas sobre produtos americanos destinados à UE ainda não foram detalhadas. O entendimento, descrito como “preliminar”, será detalhado nos próximos dias.

    “Temos um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo. É um grande acordo. Vai trazer estabilidade e previsibilidade”, afirmou von der Leyen. Trump, por sua vez, celebrou: “O acordo com a União Europeia é o maior já feito.”

    Redução da tensão após ameaça de tarifa de 30%

    A nova tarifa de 15% representa uma redução significativa em relação aos 20% impostos por Trump em abril — posteriormente suspensos — e aos 30% que ele chegou a ameaçar em carta recente à UE. A taxa também é menor do que os percentuais aplicados a outros países, como Indonésia e Filipinas (ambas com 19%).

    Reunião entre von der Leyen e Trump na Escócia

    Von der Leyen iniciou as negociações propondo um modelo “zero por zero”, mas a escalada da retórica protecionista de Trump acabou endurecendo a posição europeia. A Comissão Europeia chegou a preparar retaliações no valor de € 93 bilhões, mas não as aplicou devido à falta de consenso interno entre os países-membros.

    Setores estratégicos e compromissos energéticos

    O acordo prevê isenção tarifária para setores considerados estratégicos, como aeronaves, semicondutores, recursos naturais, matérias-primas críticas e parte dos produtos químicos e agrícolas. “Continuaremos a trabalhar para adicionar mais produtos a essa lista”, disse von der Leyen.

    Além disso, a UE comprometeu-se a gastar mais de US$ 250 bilhões por ano na compra de gás natural liquefeito (GNL) e combustíveis nucleares dos EUA, como forma de substituir a energia russa. Isso resultaria em até US$ 700 bilhões em compras ao longo do segundo mandato de Trump.

    Medicamentos da UE entrarão na tarifa

    A única grande exceção negativa, segundo von der Leyen, foi a inclusão de produtos farmacêuticos na tarifa de 15%, apesar da preocupação do bloco com esse setor. Trump argumentou que os medicamentos devem ser produzidos nos EUA, reforçando a política de autossuficiência nacional.

    “15% é certamente um desafio para alguns, mas não devemos esquecer que isso nos mantém o acesso ao mercado americano”, ponderou von der Leyen. Ela também destacou que a UE continuará a buscar diversificação comercial.

    Acordo ainda pode ser contestado

    A validade do acordo pode enfrentar reviravoltas jurídicas. Um tribunal federal dos EUA analisará na próxima semana um processo que questiona a legalidade das tarifas impostas sob justificativa de emergência nacional. O desfecho pode impactar o futuro do pacto firmado neste domingo.

    O acordo foi concluído após meses de intensas negociações e viagens diplomáticas lideradas pelo comissário europeu para o Comércio, Maroš Šefčovič. A equipe de von der Leyen buscava um modelo que evitasse perdas severas sem abrir mão da soberania comercial do bloco europeu.

    Com o acordo, os produtos da UE que antes eram taxados em 4,8% passam a ser submetidos a 15%. Automóveis europeus, antes sob tarifa de 27,5%, também entram nessa alíquota. A medida entra em vigor a partir de 1º de agosto, prazo-limite estabelecido por Trump para forçar a assinatura de um pacto.

    Lei também:

    Brasil e EUA negociam para evitar tarifa de 50% sobre exportações brasileiras a partir de 1º de agosto

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