quinta-feira, julho 17, 2025
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    Setor do café: para cada US$ 1 exportado pelo Brasil, indústria dos EUA ganha US$ 43

    Presidente do Cecafé afirma que tarifa de 50% imposta por Trump é inflacionária para os americanos; governo brasileiro busca solução até 31 de julho

    A imposição de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, continua gerando reações no setor produtivo. Entre os mais afetados está o agronegócio, especialmente o setor cafeeiro. Após reunião com o governo federal, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Ferreira, afirmou que para cada dólar exportado pelo Brasil, a indústria americana gera US$ 43.

    Segundo Ferreira, a medida adotada por Trump não trará proteção ao mercado americano, já que o café brasileiro não concorre com a produção interna dos EUA, mas impactará negativamente a economia americana, elevando custos ao consumidor. “Essa tarifa é inflacionária para os Estados Unidos”, declarou Ferreira, conforme publicado pelo G1.

    O anúncio da tarifa veio em 9 de julho, por meio de carta enviada pelo ex-presidente Trump ao presidente Lula. No documento, Trump alegou que a medida é uma retaliação ao processo judicial contra Jair Bolsonaro, além de refletir o crescente déficit comercial dos EUA com o Brasil.

    Governo descarta prorrogação e aposta em negociação

    A tarifa tem previsão de entrada em vigor em 1º de agosto, e o governo brasileiro já descartou solicitar prorrogação do prazo. A estratégia, segundo o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, é resolver a situação antes do prazo final. “A ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, mas sim procurar resolver até o dia 31. O governo vai trabalhar para resolver nos próximos dias”, afirmou.

    Nesta terça-feira (15), o Palácio do Planalto promoveu duas reuniões com setores impactados pela medida: uma com a indústria pela manhã e outra com o agronegócio à tarde. Participaram ministros e secretários das pastas de Agricultura, Relações Exteriores, Casa Civil e Secretaria de Comunicação.

    Pressão interna nos EUA é aposta brasileira

    Além das negociações diretas com autoridades americanas, o governo brasileiro pretende usar a crescente pressão de setores econômicos dos próprios EUA, como a US Chamber of Commerce, que se posicionou contra a tarifa. A entidade destacou que mais de 6.500 pequenas empresas norte-americanas dependem de importações brasileiras e que a medida pode prejudicar cadeias produtivas nos EUA.

    A expectativa do governo é que esse movimento de pressão interna leve ao recuo da tarifa antes de sua entrada em vigor, sem necessidade de adiar formalmente a medida. A janela para as negociações se encerra em 31 de julho.

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