As Forças Armadas do Iêmen, lideradas pelos houthis, ameaçaram neste sábado (21) atacar navios dos Estados Unidos que trafeguem pelo Mar Vermelho caso o governo do presidente Donald Trump decida entrar diretamente na guerra entre Israel e Irã.
A declaração foi feita pelo porta-voz militar Yahya Saree, que afirmou que os militares estão em prontidão para atacar qualquer navio comercial ou de guerra dos EUA na região.
“Se os americanos estiverem envolvidos com o inimigo israelense em um ataque contra o Irã, as Forças Armadas do Iêmen atacarão seus barcos e navios de guerra no Mar Vermelho”, disse Saree em rede social.
Houthis dizem apoiar qualquer país árabe contra Israel
Os houthis, que já vinham realizando ataques a navios no Mar Vermelho em apoio à Palestina, reforçaram que continuarão a defender seus aliados islâmicos na região.
“Não abandonaremos nossos irmãos na Faixa de Gaza e não permitiremos que esta entidade criminosa apoiada pelos Estados Unidos implemente seus planos na região”, afirmou o porta-voz.
Em maio, os houthis haviam firmado um acordo com os EUA para não atacar navios norte-americanos, concentrando suas ações contra embarcações com ligação a Israel.
EUA reposicionam bombardeiros B-2 para a Ilha de Guam
Ainda neste sábado, a Reuters e o New York Times noticiaram que os EUA iniciaram o deslocamento de bombardeiros B-2 Spirit, capazes de destruir bunkers e instalações subterrâneas, para a Ilha de Guam, no Pacífico.
A movimentação, segundo analistas militares, indica preparação para um possível ataque estratégico ao programa nuclear iraniano, caso Trump opte por uma intervenção direta.
Guerra entre Israel e Irã entra no 9º dia com mais de 460 mortos
A guerra, que começou com um ataque surpresa de Israel ao Irã no dia 13 de junho, chegou ao nono dia neste sábado, com um saldo de mais de 430 iranianos mortos e cerca de 30 vítimas israelenses, de acordo com números oficiais.
Israel confirmou o assassinato de Behnam Shariyari, comandante da Força Quds iraniana, e declarou ter bombardeado pela quinta vez uma instalação nuclear na província de Isfahan.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que monitora instalações nucleares no Oriente Médio, alertou que os ataques israelenses contra as estruturas nucleares iranianas representam risco real de vazamentos radioativos — não apenas para o Irã, mas também para países vizinhos.
Donald Trump declarou que deve decidir, em até duas semanas, se os Estados Unidos vão intervir militarmente no conflito.
Essa possível decisão pode colocar diretamente os EUA contra o Irã e seus aliados, elevando o risco de confrontos navais no Mar Vermelho e acirrando ainda mais a instabilidade regional.
Programa nuclear iraniano volta ao centro da crise
Israel acusa o Irã de desenvolver armas nucleares, apesar de o país persa declarar que seu programa tem fins pacíficos. O Irã também afirmou que estava em negociações com os EUA para firmar acordos dentro do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), do qual é signatário.
A AIEA, por sua vez, vinha apontando falhas no cumprimento das obrigações pelo Irã, embora reconheça que não há provas concretas de que o país esteja construindo uma bomba atômica.
Enquanto isso, fontes históricas sugerem que Israel mantém desde os anos 1950 um programa nuclear secreto, com capacidade estimada de até 90 ogivas nucleares.
Leia também:
Megavazamento expõe mais de 16 bilhões de senhas e compromete Google, Apple e Facebook
[…] Iêmen anuncia entrada oficial na guerra e ameaça atacar navios estrangeiros no Mar Vermelho […]