sexta-feira, abril 18, 2025
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    Greve dos rodoviários em Manaus chega ao fim após dois dias

    Acordo com reajuste parcial e gratificação encerra paralisação que causou transtornos na capital

    Após dois dias de paralisação parcial dos ônibus, que afetaram mais de 300 mil usuários, a greve dos rodoviários em Manaus chegou ao fim nesta quarta-feira (16). O acordo entre o sindicato da categoria e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram) foi alcançado após uma rodada final de negociações mediada pelo Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU).

    A proposta construída assegura um reajuste salarial próximo ao percentual solicitado pela categoria e prevê avanços na discussão sobre motoristas que também atuam como cobradores, além de um plano para retirada gradual da função de cobrador em algumas linhas.

    Com o fim da greve, a expectativa é que o serviço de transporte coletivo seja normalizado nas próximas horas em toda a capital.

    Entre os principais pontos da pauta dos rodoviários estavam:

    • Reajuste salarial de 12%

    • Aumento no valor da cesta básica

    • Pagamento de R$ 1.200 em gratificação para motoristas que acumulam a função de cobrador

    • Permanência dos cobradores nos ônibus

    O que foi acordado entre rodoviários e empresas

    A proposta aceita pela categoria inclui:

    • Reajuste de 6% sobre os salários e benefícios da categoria

    • Pagamento de R$ 600 mensais como gratificação para motoristas que também atuam como cobradores

    • Continuidade das negociações sobre a retirada gradual dos cobradores dos ônibus

    “O acordo contempla pontos importantes das reivindicações e garante o restabelecimento do serviço à população”, destacou Arnaldo Flores, diretor-presidente do IMMU.

    Sindicato dos Rodoviários considera proposta razoável

    O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Givancir Oliveira, afirmou que a proposta foi aceita por ser razoável diante do atual cenário do sistema.
    Não contempla tudo o que pedíamos, mas com certeza a greve acaba. Vamos formalizar com a diretoria”, disse.

    O advogado do Sinetram, Fernando Moraes, também elogiou a atuação da prefeitura. “A proposta tem viabilidade econômica e só foi possível graças à intermediação do IMMU e ao apoio direto do prefeito”, declarou.

    A greve começou na madrugada de terça-feira (15), após autorização judicial. Segundo o Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT-11), a categoria era obrigada a manter pelo menos 70% da frota nos horários de pico e 50% nos demais períodos, sob pena de multa de R$ 60 mil por hora de descumprimento.

    Segundo o Sinetram, 397 ônibus de sete empresas deixaram de circular desde as 4h desta quarta-feira (16), o que representa cerca de 30% da frota operante. A paralisação afetou diretamente milhares de passageiros e causou transtornos em toda a cidade.

    Universidades suspenderam aulas durante paralisação

    Durante os dois dias de paralisação, usuários relataram atrasos e tumulto nos terminais. No Terminal 3, Zona Norte de Manaus, o autônomo Francisco Silva reclamou da demora: “Ontem [terça-feira] foi difícil e hoje [quarta-feira] está sendo pior”, disse.

    Em função da greve, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) suspenderam as aulas na terça-feira (15).

    Em entrevista coletiva no fim da manhã desta quarta-feira, durante agenda em uma escola na Zona Norte de Manaus, o prefeito David Almeida afirmou que o reajuste salarial pedido pelos rodoviários depende do aumento na tarifa de ônibus, atualmente fixada em R$ 4,50.

    Esse é um dos itens que está ocasionando a greve, porque só pode dar o aumento para os rodoviários se tiver o aumento da passagem. Todas as capitais aumentaram“, justificou.

    Justiça barrou reajuste em fevereiro; novo aumento será discutido

    Em fevereiro deste ano, o prefeito anunciou o aumento do valor da passagem para R$ 5. A medida, no entanto, foi barrada pela Justiça do Amazonas sob a alegação de falta de transparência e ausência de estudos técnicos que justificassem o reajuste.

    Entre março e abril, a prefeitura e o Ministério Público se reuniram duas vezes para tratar do aumento. No último dia 10, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu a liminar que impedia o reajuste da tarifa, e uma nova reunião está prevista para os próximos dias.

    O Ministério Público hoje não está questionando o aumento da passagem. Na petição, eles estão questionando a metodologia do subsídio, então essa metodologia precisa ser discutida em outro momento“, explicou o prefeito David Almeida.

    Eu acredito que nos próximos dias a gente vá chegar em um entendimento para fazer o aumento da passagem, dar o aumento para os rodoviários e ter de volta a normalidade do transporte coletivo“, concluiu.

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