Em editorial publicado nesta semana, o Diário do Povo, principal porta-voz do Partido Comunista Chinês (PCCh), declarou que a China está preparada para enfrentar a guerra comercial com os Estados Unidos e que as novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump não abalarão a economia chinesa. “O céu não cairá”, afirmou o texto, reforçando o tom de resiliência adotado por Pequim.
A publicação afirma que o país deve transformar a pressão externa em motivação estratégica para acelerar seu novo modelo de desenvolvimento e fortalecer sua economia interna. “Devemos encarar a resposta ao impacto dos EUA como uma oportunidade estratégica”, destacou o editorial.
Xi Jinping: economia chinesa é como um oceano
O texto também cita o presidente Xi Jinping, que comparou a economia chinesa a um oceano: “Tempestades podem virar um pequeno lago, mas não podem virar o oceano”, disse o líder chinês, reforçando a capacidade de resistência do país às sanções comerciais.
Na segunda-feira (7), Trump ameaçou impor tarifas adicionais de 50% sobre produtos chineses caso Pequim não recuasse em sua retaliação. Mesmo reconhecendo que as tarifas terão impacto negativo nas exportações no curto prazo, o jornal enfatizou que a China está menos dependente da economia dos EUA. De acordo com o editorial, as exportações chinesas para os EUA caíram de 19,2% do total em 2018 para 14,7% em 2024.
Resistência e avanços tecnológicos
Segundo o Diário do Povo, a pressão dos EUA impulsionará a autossuficiência tecnológica da China e permitirá o avanço em áreas estratégicas. “Os planos de resposta foram preparados com antecedência”, afirma o texto, que também recorda os oito anos de embates desde o início da guerra comercial em 2017.
O editorial acrescenta que o país pretende expandir sua demanda interna como forma de blindagem contra as sanções. Atualmente, 85% das empresas exportadoras chinesas atuam também no mercado doméstico, que responde por 75% das vendas totais.
China é parceira global e essencial para o mercado internacional
O jornal do PCCh ainda destaca que os Estados Unidos não podem prescindir da China para muitos produtos — tanto de consumo quanto industriais —, com taxas de dependência superiores a 50% em diversas categorias.
Além disso, a China é o principal parceiro comercial de mais de 150 países, incluindo o Brasil e outros da América do Sul, o que reforça sua importância na economia global. “A cooperação com mercados emergentes tem enorme potencial e se torna uma base importante para estabilizar nosso comércio exterior”, conclui o editorial.
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