O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou, nesta terça-feira (18), que se licenciará temporariamente da Câmara dos Deputados para permanecer nos Estados Unidos. A decisão ocorre em meio a pressões do Supremo Tribunal Federal (STF) e à possibilidade de apreensão de seu passaporte.
Nos últimos meses, Eduardo Bolsonaro tem viajado frequentemente aos EUA para questionar a atuação do Judiciário brasileiro junto às autoridades norte-americanas. Em vídeo publicado nesta manhã, ele justificou sua saída, afirmando que seu mandato tem sido usado como forma de coerção.
“Tornei-me deputado para representar o povo paulista no melhor interesse da minha nação. O que o ministro do Supremo Tribunal Federal e seus cúmplices estão tentando fazer é usar justamente o meu mandato como cabresto, como ferramenta de chantagem e coação do regime de exceção. Como instrumento para me prender e impedir que eu represente os melhores interesses para o meu país”, disse, em vídeo publicado no fim da manhã de hoje.
“Da mesma forma que assumi o mandato parlamentar para representar a minha nação, eu abdico temporariamente dele para seguir bem representando esses milhões de irmãos de pátria que me incumbiram dessa nobre missão”, afirmou Eduardo.
Ele também destacou que a licença será sem remuneração e que sua prioridade será buscar sanções contra autoridades brasileiras que, segundo ele, violam os direitos humanos.
“Irei me licenciar sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos. Aqui poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e sua Gestapo da Polícia Federal merecem”, afirmou.
Pressões do STF e impacto na política brasileira
A decisão do deputado ocorre semanas após Alexandre de Moraes, ministro do STF, encaminhar à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedidos de parlamentares aliados ao governo Lula (PT) para apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro. De acordo com esses políticos, a atuação do deputado nos EUA pode prejudicar os interesses do Brasil, especialmente ao solicitar sanções ao país.
Com a licença, Eduardo Bolsonaro seguirá nos Estados Unidos, ampliando sua agenda de articulações internacionais. O afastamento pode influenciar o cenário político e gerar novos desdobramentos sobre sua atuação fora do Brasil.