Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que o Brasil registrou um recorde histórico de acidentes na exploração de petróleo em 2024. Foram 731 ocorrências, o maior número desde o início da série histórica, em 2011.
O recorde anterior havia sido registrado em 2023, com 718 acidentes, seguido por 598 casos em 2022. Apenas em 2025, já há 115 registros.
Setores com mais acidentes na exploração de petróleo
A maioria dos acidentes ocorreu durante a instalação da produção de petróleo, totalizando 384 registros. Outras áreas com alto índice de incidentes incluem:
- Instalações de sondas – 134 casos
- Atividades em embarcações de apoio – 91 casos
- Exploração de poços – 91 casos
- Instalações de sistemas submarinos – 23 casos
- Origem não determinada – 8 casos
Além dos acidentes registrados, a ANP monitora os chamados “quase acidentes”, ou seja, situações em que um incidente grave foi evitado por pouco. Em 2024, foram 1.375 casos, o segundo maior número da série histórica, atrás apenas de 2019, com 1.619 registros.
Exploração na Foz do Amazonas e impasse com o Ibama
O aumento de acidentes ocorre em um momento de intenso debate sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, especialmente na Foz do Amazonas, no Amapá. A Petrobras busca autorização para perfuração na área, mas enfrenta resistência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que negou a licença com base em parecer técnico.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu a exploração da Bacia da Foz do Amazonas, de acordo com ela todas as exigências ambientais foram cumpridas.
Recentemente, o Ibama aprovou um plano da Petrobras para limpeza da sonda designada para perfuração na Margem Equatorial. Essa medida é um passo para a obtenção da licença ambiental, mas não garante a liberação definitiva da atividade de perfuração marítima.
Simulação de vazamento de óleo é requisito para licença
Um dos requisitos para a licença ambiental da Petrobras é a realização de uma simulação de vazamento de óleo na Foz do Amazonas. O objetivo é demonstrar a capacidade da empresa de responder a possíveis acidentes.
Agora, a Petrobras planeja realizar a limpeza da sonda na Baía de Guanabara antes de levá-la para a Foz do Amazonas. A decisão final sobre a licença ambiental segue em análise pelo Ibama.
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