terça-feira, março 11, 2025
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    STF torna réus deputados do PL por corrupção passiva e organização criminosa

    A Procuradoria apontou que, em 2020, o grupo solicitou ao então prefeito de São José de Ribamar (MA) o pagamento de propina de R$ 1,66 milhão

    O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos para tornar réus dois deputados federais e um suplente do Partido Liberal (PL) pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa. O julgamento acontece no plenário virtual da Primeira Turma da Corte e está previsto para ser concluído em 11 de março.

    Entenda o caso

    A Procuradoria apontou que, em 2020, o grupo solicitou ao então prefeito de São José de Ribamar (MA) o pagamento de propina de R$ 1,66 milhão em contrapartida à destinação de recursos públicos federais de R$ 6,67 milhões ao município, por meio de emendas patrocinadas pelos parlamentares denunciados.

    Conforme a denúncia, o deputado Josimar Maranhãozinho liderava o suposto esquema e tinha ingerência sobre emendas dos colegas.

    A PF apontou que Bosco Costa (PL-SE) utilizava a esposa e o filho na destinação de parte dos recursos indicados pela suposta organização criminosa, que contava com agiotas, blogueiros e empresários.

    De acordo com os investigadores, o grupo exigia, inclusive fazendo ameaças com armas, a devolução de 25% dos valores de emendas que indicava para a saúde do município de São José de Ribamar.

    Votos e argumentação do relator

    O relator, ministro Cristiano Zanin, e os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia votaram favoravelmente ao recebimento da denúncia. Para Zanin, há “indícios suficientes” para que a denúncia prossiga, destacando que, nesta fase, o STF avalia apenas a adequação formal das acusações. De acordo com o ministro o recebimento da denúncia não significa julgamento antecipado nem implica conclusão sobre a culpabilidade dos réus. Ainda faltam os votos dos ministros Flávio Dino e Luiz Fux para o encerramento do julgamento.

    Defesas contestam acusações

    Josimar Maranhãozinho: A defesa considera as acusações “frágeis e desfundamentadas”.

    Bosco Costa: Os advogados pediram a rejeição da denúncia por falta de provas, argumentando que as acusações se baseiam em “diálogos de terceiros e anotações desconhecidas”.

    Pastor Gil: A defesa questionou a legalidade das provas, afirmando que a investigação deveria ter iniciado no STF e não na Justiça Federal do Maranhão, além de apontar que a denúncia é baseada em “hipóteses e conjecturas”.

    O desfecho do julgamento será crucial para o futuro político dos acusados e para a integridade do processo legislativo.

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